sábado, 19 de fevereiro de 2011

Eu amo amar!

 Era uma sexta-feira quente, eu saí mais cedo da escola pois estávamos sem professor de matemática, e nem de espanhol, ambos desertores, não por menos, somos uma das piores salas, mas isso não vem ao caso agora.
 Por ser sexta-feira, o dia do inglês, peguei o ônibus em direção à casa da minha avó, e junto comigo Ricardo, um amigo da escola. Já dentro do ônibus, começamos a conversar, e o assunto era como o amor podia fazer alguém mudar, e também como relacionamentos criam marcas, umas tão profundas, que nem o tempo consegue apagá-las.
 Logo o ponto dele chegou, ele se despediu, e lá estava eu sentado pensando:
- Quais foram as marcas que o amor me deixou? Disse em tom bem baixo.
Minha memória não das melhores, mas quando se trata de marcas, foi como ver um filme, todas as minhas lembranças amorosas, agora eu as via, e ainda mais, eu as presenciava.
 A primeira garota que eu gostei foi minha primeira lembrança. Um mar de rosas, eu pensava nela o tempo todo. E assim como era a primeira lembrança, era também a minha primeira decepção. Ela não correspondia ao que eu sentia, e eu não a culpo por isso, sou um pouco profundo de mais, mas saber que o amor da minha vida, naquele momento, não me amava também me deixou muito mal.
 E assim foi a segunda, a terceira e todas as lembranças seguintes(não foram muitas, mas na maioria, uma gotinha de decepção havia).
 Comecei a perceber que tudo fazia parte de um ciclo, a primeira parte deste ciclo era a melhor, tudo parecia tão bom , e tudo o que você via, era a outra pessoa refletida em tudo, nas flores, nos carros, o ar, tudo tudo mesmo, era a sensação mais incrível do mundo. A Segunda parte do ciclo, era amarga, cheia de decepção, era uma fase escura, horrível, e só acontecia quando o amor que eu dava vinha vazio.
 Foi ficando triste com essas lembranças, pois pude ver que quase tudo tem dois lados, mas foi quando mudei os olhos de direção, e vi um jovem casal apaixonado. Ela estava com a cabeça reclinada sobre o peito dele, e ele com o braço por cima do ombro dela. Uma cena linda, e o mais incrível não era o fato de estarem abraçados, e sim de conseguir dizer tanto sem usar uma só palavra, e como eles esbanjavam amor.
 Fiquei olhando aquela imagem, e o quão feliz eram os dois por estarem ali. Meu ponto não era muito longe, faltavam apenas dois, e tudo aquilo foi me animando, até que quando desci do ônibus disse pra mim mesmo a seguinte frase:
- EU AMO AMAR!


João Gabriel

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